Será mesmo que em 2021 ainda precisamos falar sobre a importância da diversidade nas empresas? A resposta é sim!
E este é um assunto que precisa estar nas nossas rodas de conversa dentro e fora das instituições. Isso porque, por muito tempo, o conceito de inclusão foi um sinônimo para contratação de colaboradores apenas para atender a lei de cotas.
A boa notícia é que, a cada dia, mais e mais instituições têm percebido a importância de realizar ações que promovam a diversidade efetiva nas suas empresas, com um quadro de colaboradores mais plural e que cause identificação da equipe. Mas isso não significa que o tema é pauta ativa.
Segundo uma pesquisa da consultoria PwC, 76% dos respondentes (líderes de negócios, profissionais de RH, coordenadores de diversidade e inclusão e empregados) de 40 países, consideram que o tema é um valor ou uma prioridade para suas organizações. Porém, apenas 42% dos colaboradores acreditam que as empresas falam sobre o assunto regularmente.
Um longo caminho
Apesar de algumas empresas promoverem políticas para redução de desigualdades e em prol da equidade, ainda temos um longo caminho a trilhar. Vamos a alguns dados:
- Segundo o IBGE, menos de 30% (29,9% para ser mais exato) dos cargos de gerência são ocupados por pessoas não-brancas;
- No Brasil, mesmo com as mudanças nos últimos anos, as mulheres recebem, em média, 20% menos do que os homens;
- Quando o assunto é deficiência, segundo dados de 2019 da Secretaria do Trabalho, do Ministério da Economia, em média, menos de 1% do quadro de funcionários das empresas é ocupado por pessoas com deficiência;
- E um estudo do LinkedIn apontou que 35% das pessoas LGBT+ dizem já ter sofrido discriminação no ambiente de trabalho e 67% dos entrevistados acredita que as empresas ainda precisam fazer muito para acolher melhor os profissionais LGBT+. Além disso, 1 em cada 4 profissionais diz que nunca falou sobre sua orientação sexual na empresa e 29% diz que a decisão de não falar no assunto é motivada pelo medo de influenciar negativamente no seu crescimento na organização e sofrer represália por parte dos superiores;
Vamos falar!
Os dados ainda são alarmantes, por isso, precisamos falar cada vez mais sobre a diversidade nas empresas e tornar essa uma pauta cotidiana. E não reservar o espaço apenas para datas marcadas no calendário ou quando o assunto toma o mundo, como através do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) que, em 2020, entrou no topo dos assuntos das redes sociais e gerou protestos nas ruas dos quatro cantos do globo contra o racismo.
As organizações precisam compreender o importante papel de transformação social que podem e devem ocupar. Aquele ditado que diz “funcionário feliz, empresa de sucesso” é cada vez mais real. Instituições que têm o impacto social positivo em seu DNA possuem processos seletivos mais concorridos e desejados. Além disso, um relatório da consultoria McKinsey mostra que empresas que apostam em diversidade étnica têm probabilidade de 33% de superar empresas do mesmo segmento quando o assunto é lucratividade. Ou seja, empresas ricas em diversidade cultural têm equipes mais felizes e mais lucrativas.
E no Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac qual é a realidade?
Um dos princípios da instituição é o respeito à diversidade, tanto que, há muitos anos, a maioria dos cargos de gestão é ocupado por mulheres. E em 2018, o Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac se tornou signatário da ONU no Pacto Global pelos Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Combate à Corrupção.
Em 2020, o Sistema passou a atuar de forma integrada unindo ações em prol da diversidade nas três empresas, com o lançamento do Programa de Diversidade – Para Todos, que debate temas e propõe ações relacionadas ao respeito, à pluralidade cultural e à equidade.
Para Todos e o protagonismo da equipe
O programa de diversidade Para Todos coloca os colaboradores da instituição como protagonistas em prol da mudança. A iniciativa é dividida em cinco pilares, com grupos formados por colaboradores voluntários de diversos cargos. O objetivo é fazer com que as equipes sintam-se pertencentes e agentes transformadoras propondo ações internas de mudança.
Ao longo do último ano, foram realizadas diversas atividades como bate-papos, criação de materiais informativos, debates entre equipes e muito mais.
Confira os pilares que formam o Para Todos
Para Elas
Tem como foco o à equidade e a não-violência contra as mulheres. Além do Pilar, o Sesc/RS e o Senac-RS são signatários da ONU Mulheres nos Princípios do Empoderamento das Mulheres (WEPs – Women’s Empowerment Principles), que faz com que as empresas que assinam o documento, assumam publicamente o compromisso com a agenda de empoderamento das mulheres, integrando uma rede global da ONU.
Cidadania
Consciência, ação e debate sobre as deficiências. A ideia é conversar sobre a importância e a potência de cada indivíduo independente de qualquer limitação. Refletir sobre as (d)eficiências e propor um ambiente inclusivo em todos os aspectos físicos e emocionais.
Humanidade
O acolhimento, respeito e equidade para pessoas de diferentes raças, etnias e culturas. O pilar busca o debate, a conscientização e ações que promovam a redução das desigualdades, a quebra do racismo estrutural, o respeito e a equidade.
Igualdade
As ações têm por objetivo o respeito à liberdade de gênero e suas expressões afetivas. Através deste pilar são propostos debates em favor do respeito à comunidade LGBTQ+ e a não-discriminação.
Gerações
Como o próprio nome diz, neste pilar o foco é o cuidado com as diferentes gerações, promovendo ações de aprendizado intergeracional, formando uma cultura que respeite todos os seres humanos, independente da idade.