O amor à música em duas histórias que se entrelaçam em festivais de música e uma história de amizade que teve início no 1º Festival Internacional Sesc de Música
Duas histórias, muitos festivais de música, mas um em especial!
José Milton Vieira foi aluno do 1º Festival de Música do Sesc, em 2011. Já Ronaldo Farias Soares esteve em Pelotas na edição de 2018. E foi neste ano que o trombone aproximou estes dois amantes da música!
Um cresceu num lar de músicos na periferia de Brasília, o outro queria mesmo era seguir a carreira de médico no Rio Grande do Sul. Hoje, os dois ajudam a escrever tanto a história da orquestra mais antiga do Brasil em atuação ininterrupta: a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), quanto do Festival Internacional Sesc de Música, evento que reúne centenas de profissionais da música de concerto, todos os anos, no sul do Brasil!
José Milton, pai da Amanda de 3 anos, mesmo no último semestre do Mestrado em Música Profissional, na UFRJ, faz questão de lembrar onde tudo começou: “Lembro que me apaixonei primeiro pelo som e só depois vi o instrumento. Me tornei um músico e hoje sou muito feliz! Eu quero tocar isso pelo resto da minha vida!”, diz o musico. Ele começou aos 9 anos na banda do Corpo de Bombeiros Mirim e não parou mais:
“A música me deu a oportunidade de crescer e acredito que quanto mais iniciativas como esta do Festival de Música Sesc, melhor!”
José Milton Vieira
Como é o Festival Internacional Sesc de Música?
O aluno que se tornou professor explica: “É necessário no mínimo 10 anos de formação para uma carreira na área da música e o Festival dá uma imersão muito interessante! São vivências intensas, recitais, concertos, aulas, ensaios, é de fato uma profissionalização para os músicos. Ninguém sai do festival como entrou!“, resume José Milton.
Todos os anos, os festivais de música aproxima músicos de todo o mundo, e no Festival de Música do Sesc, são intensas duas semanas de trabalho. “Eu saio sempre energizado! Neste sentido, é muito válido o que o Sesc vem fazendo pelo Estado e pelo Brasil!”.
O jovem Ronaldo Farias Soares que até bem pouco tempo antes de entrar na Escola de Música da Ospa queria ser médico, é hoje um dos alunos de José Milton. Mesmo com irmãos mais velhos vivendo em áreas bem distantes das artes como a mecatrônica e o direito, ele teve seus primeiros contatos com a música por meio do tio saxofonista e do dindo trombonista. A medicina ficou pra trás e hoje ele tem orgulho de ser um musicista:
“O festival abre muitas portas, abre a mente das pessoas. Ele mostra situações que nós vamos enfrentar durante a vida, é uma experiência única. Tenho hoje verdadeiros irmãos que conheci no Festival de Música!”
Ronaldo Farias Soares
“Lá, todos voltados pra o mesmo objetivo de viver a música, é muito intenso”, diz Ronaldo. Sobre o professor, ele admite: “Considero o José Milton um amigo, um parceiro, é didático, ele é realmente um professor!”
Amizade e amor pela música
A música soube muito bem costurar a relações de amizade e de respeito. O próprio professor José Milton reconhece: “Sou aluno até hoje em festivais internacionais e a energia destes momentos é muito forte. Eu me coloco no lugar dos estudantes e a ideia é extrair o melhor de cada um, o lado mais humano. E, para este contato, as conexões, as experimentações de um festival são essenciais”. Dar aula é ver o aprendizado em outra pessoa, é me ver ali! A música é o que interessa, é tocar as pessoas, é chegar nelas!”, acrescenta José Milton.
Ronaldo resume: “Escolhi a música e sou muito feliz! Atualmente tem muitas portas se fechando e tendo uma instituição como o Sesc que incentiva a música, a gente levanta e sai de casa feliz! A cultura é muito importante na vida da gente e ver que tem instituições incentivando isso, é maravilhoso. O Sesc apoiar o nosso desenvolvimento, é algo maravilhoso para nós musicistas!”.
Mesmo o experiente maestro Evandro Matté tem lembrança viva dos seus festivais como aluno. O trompete o levou a pelo menos seis festivais e a regência a outros 4 eventos e como diretor artístico de todas as edições já realizadas do Festival Internacional Sesc de Música até hoje, ele defende os festivais como espaços únicos: “O festival de Pelotas já oportunizou formações inéditas na Europa e pelo Brasil a fora. É um evento fundamental, é um investimento fundamental. O desenvolvimento do festival e dos alunos é espetacular, ficamos felizes por ver este crescimento. A cada ano, os processos seletivos são de mais alto nível e só temos a agradecer ao Sistema Fecomércio-RS pela possibilidade de termos o festival”.
Exposição Virtual do Festival de Música
Em razão da pandemia que assola todo o mundo, o Festival Internacional Sesc de Música ainda não está confirmado para 2021, mas a organização não fica parada. Se por um lado não há uma data em vista para a nova edição, por outro, uma exposição exalta os 10 anos do Festival de Música e como o evento marcou a vida da cidade de Pelotas e de todos que já passaram por ele.
A mostra física está em circulação por pontos de Pelotas e uma versão virtual torna acessível passear pela história do Festival de Música independente de onde você esteja.
Confira a exposição virtual no site www.sesc-rs.com.br/festival/exposicao/.
E enquanto a nova edição não chega, bora matar um pouquinho da saudade do concerto de encerramento da edição de 2020 com a Orquestra Acadêmica e o Grupo Tholl.