“Gentileza gera gentileza”, essa expressão popular tem o propósito de fazer refletir sobre nossas ações e seus impactos no mundo. Neste caso, considerando as ações positivas. Quem costuma praticar a gentileza percebe-se em momentos mais positivos durante o dia. Mas será que é impressão ou realmente acontecem mais coisas boas? Quais são as reais consequências da gentileza para nós?
Hoje vamos falar um pouco sobre o impacto emocional da gentileza. Para a produção deste texto, tivemos o auxílio da Karine Burtet, psicóloga dos Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac.
Por Onde Começar?
Desde pequenos, podemos ser incentivados a sermos mais gentis. Assim como nós podemos demonstrar para os pequenos o que são esses pequenos/grandes gestos que vão tornar a coletividade mais agradável. Também podemos aprender a ter mais gentileza em nossas vidas. Segundo Karine, é necessário que tenhamos este interesse em ser mais gentis, seja com nós mesmos ou com os outros. “Muitas vezes viemos de ambientes e contextos que não possuem a gentileza na base das relações, mas essa condição não é determinante. Ainda assim, sempre é tempo para somar a gentileza em nossa vida, seja pela observação do exemplo ou pelo entendimento da sua importância”, complementa.
Quais os Benefícios Podem Ser Notados para Quem Pratica a Gentileza?
Perceber e compreender nossas necessidades, a autoescuta ativa, são o primeiro passo, assim como ouvir e acolher o outro é o passo a seguir. E sempre, ao ouvir o outro, estamos agregando e ampliando nosso próprio autocuidado.
“A gentileza pode ser compreendida como um fator de proteção da saúde mental, já que pode contribuir no relacionamento do indivíduo consigo mesmo, assim como nas relações com seus pares. A gentileza está muito próxima da empatia, ambas contribuem para que tenhamos acolhimento primeiramente conosco, reconhecendo e aceitando nossos momentos de vulnerabilidade, que todos nós temos”, explica a psicóloga.
Quando conseguimos perceber e agir valorizando o bem-estar do outro, abrimos espaço no emocional. Isso gera um momento de “descanso” das próprias demandas e espaço para perceber as necessidades de quem está perto.
“Assim como, acolhendo e apoiando as pessoas que de nós se aproximam. A gentileza pode ser uma excelente ferramenta de humanização das relações. Quando somos capazes de agir gentilmente e recebermos gentileza, o bem-estar psicológico também é proporcionado”, complementa Karine.
Como Estimular a Prática Gentil no Dia a Dia?
Pensando nas pequenas ações que fazem a diferença no nosso dia quando recebemos uma gentileza, e que por vezes nos estimulam a também sermos gentis, podemos refletir sobre quais ações podemos sempre acrescentar nos nossos dias.
“Pequenas gentilezas no ambiente de trabalho, como a pontualidade, a consideração com o espaço físico do outro, o respeito às diferenças, um cumprimento de saudação, um agradecimento ou elogio de reconhecimento ao trabalho do colega, ações de cooperação, diálogos cordiais, uma escuta ativa, e muitos outros, são pequenos gestos de gentileza com resultados expressivos na convivência”, exemplifica a psicóloga.
Nos espaços em que circulamos, também podemos propor essa melhora no âmbito social. “Uma das importantes tarefas das lideranças é fomentar ambientes de trabalho leves e agradáveis, onde a gentileza é ponto forte, inclusive aplicando modelos de gestão gentis. Em uma equipe, a gentileza pode ser contagiosa, quando ela passa a ser tão presente nas relações, que todos os envolvidos compreendem o valor da gentileza”, complementa Karine.
Como Ser Gentil Conosco e com o Outro?
Cuidar-se é muito importante. O autocuidado vai ser o ponto de referência para poder exercer o bem para quem está ao redor. Por isso, “deve existir a atenção aos nossos próprios limites, quando pensamos em autocuidado. Ser gentil não é ser bonzinho e submisso, é sim conhecer-se, compreendendo e estabelecendo limites saudáveis, que marquem o respeito a si e ao outro”, explica a psicóloga. “Para que possamos ser gentis com os outros, precisamos primeiramente sermos gentis com a gente mesmo. Só assim poderemos expandir a gentileza para outras relações”, finaliza.
Lembrando que termos tempo de qualidade conosco e pode ser um dos maiores atos de gentileza. Além de permitir espaço para cuidar das nossas emoções, do corpo e da mente, ainda fará com que a percepção de como ser cada vez mais gentil e generoso consigo. E claro, esses momentos devem ser, preferencialmente, longe de telas que distraem.
Conclusão
“A vida já nos apresenta muitos desafios, com isso, utilizarmos a gentileza em nosso dia a dia é fundamental. Compreendermos que estamos na maior parte do tempo interagindo com outro ser humano, que tem suas dores e amores, e que precisa de respeito, é o primeiro passo para a gentileza. A gentileza é capaz de diminuir conflitos, fortalecer a ética e estreitar relações. Ela se mostra na nossa fala e ação, nos pequenos gestos da rotina diária. A gentileza tem baixo ou quase nenhum custo e oferece ganhos e oportunidades para todos”, conclui Karine.
Podemos perceber que a todo momento podemos ser gentis de alguma forma. Seja com um amigo, um parente, um desconhecido ou até conosco mesmos. Além de ter inúmeras vantagens para o próprio bem-estar, a gentileza gera impactos coletivos a longo prazo. Então, neste dia 13 de novembro, em que comemoramos o Dia Mundial da Gentileza, que tal propor ou realizar ações para sermos mais gentis?
Gostei reflexão 👏