Vidas tocadas pala música

A música toca a alma e comove os corações. As melodias mexem com nossos sentimentos e emocionam os ouvintes. Composições e obras falam conosco e transformam o mundo ao nosso redor. Para muitos, a música é uma companheira do dia a dia, que ajuda a concentrar, treinar, relaxar ou se divertir. Sem contar que é através dela que conhecemos pessoas com gostos em comum, contribui para a socialização e uni diferentes tribos.

Para algumas pessoas, a música vai ainda mais além, tocando suas vidas e fazendo parte delas, dando um novo significado e trazendo novos propósitos. O poder de uma melodia pode ser transformador, tanto para quem a escuta, quando para quem a produz.

Um sonho nas cordas do violino

Para Andreza Gama, a música se tornou parte de quem ela é, desde que o violino chegou em sua vida. Na época, aos 13 anos de idade, Andreza iniciou o contato mais próximo com a música através de um projeto social em Manaus, oferecido para alunos da rede pública de ensino.

“Nunca esqueci quando ouvi o som do violino pela primeira vez. Naquele momento, de alguma forma, eu tive a convicção de que eu tinha encontrado o que eu queria para minha vida”, diz Andreza, que já participou de diversos festivais em sua carreira, entre eles, o Festival Internacional Sesc de Música em Pelotas, em 2020.

Hoje, Andreza é professora de violino, levando o som do instrumento que a mudou para outros que, assim como ela, tem o desejo de fazer da música, sua vida. “Poder exercer a música sempre foi algo muito forte em mim, apesar das dificuldades do caminho eu nunca desisti desse sonho, sempre foi maior do que eu mesma conseguia entender”, reforça.

A violinista é novamente participante do 12º Festival Internacional Sesc de Música, onde participa junto de vários outros músicos em diversas apresentações para o público. “É uma oportunidade ímpar ter aulas com professores renomados e é muito gratificante a experiência em orquestra com colegas de várias regiões do Brasil e de fora do país, com o sonho em comum. ”

A música como magia na ponta dos dedos        

Já para Daniela Nair, a música sempre foi tão natural como respirar, ela começou a tocar com 4 anos, estimulada pela mãe, que teve na sua criação a pratica instrumental. A musicista atua como professora de musicalização infantil e de piano, apresentando a arte desde cedo para crianças, assim como foi com ela.

“Desde quando comecei a aprender música, tocando com o coração, sinto que tenho magia nos dedos e o poder de expressar e transformar todos os tipos de cenas com ela, com as ‘cores dos sons’ que eu quiser”, revela Daniela, demonstrando a importância da música para si e como ela muda o mundo ao seu redor.

Originaria da Argentina, Daniela aprendeu a tocar 11 instrumentos ao longo de sua vida, e não se vê longe deles. “A música, esteve comigo em todas as fases da minha vida, interagindo e agindo de formas diferentes conforme meu amadurecimento. Consigo me conhecer, expressar e descobrir através dela”, diz a pianista.

Daniela já participou de diversos festivais, encontros e apresentações desde seus 6 anos, mas esta será sua primeira participação no Festiva Internacional Sesc de Música. “Estou muito ansiosa de poder participar do Festival, pois sempre ouvi muito bem dele, tanto em qualidade de alunos que vem aprender, como com ótimos professores que colocam a disposição”, comentou.

De pupilo a mestre

Um caso de história excepcional dentro do Festival de Música, é o de José Milton, trombonista que participou de três edições do projeto como aluno, e hoje, ele leciona no evento como professor de trombone, ensinando aqueles que estão onde ele esteve um dia.

“Não só esse Festival de Música representa algo valioso na minha trajetória, enquanto ex-aluno e agora professor, mas como todos os outros que participei, pois é como se fosse uma energia adicionada em um espaço muito curto de tempo que traz informações valiosíssimas para o longo de um ano de estudo, de preparação para concertos, recitais, provas e afins”, diz o músico sobre seu caminho ao longo dos anos no Festival.

Foi aos 12 anos que José começou a estudar o instrumento, apaixonando-se pelo som do trombone de imediato e sabendo então exatamente o que queria para seu futuro. “A música para mim não é só a minha profissão, é a minha vocação, é a forma pela qual eu me expresso e chego à presença de Deus”, revela o trombonista.

José não apenas inspira os participantes do Festival, como também os incentiva em suas carreiras musicais, servindo de exemplo para onde um amante da música pode chegar. “Seja um apaixonado pelo estudo, pela excelência, pelo saber e por todos os estilos musicais! É uma vida de sacrifícios, mas é uma profissão prazerosa que tem muitos ganhos e com a qual a gente se diverte muito”, José revela sobre a carreira na arte.

A música transformando vidas

Os depoimentos de Andreza e Daniela estão entre milhares de outros que tiveram suas vidas transformadas através da música, dando um novo significado e moldando tanto as pessoas que foram tocadas pela arte, quanto seus sonhos.

O Festival Internacional Sesc de Música reúne centenas destas pessoas que tem esta arte como parte de si, levando ela para o público que os ouve tocar, alcançando outros que, assim como eles, veem na melodia uma extensão de quem são.

12º Festival Internacional Sesc de Música

Um dos maiores eventos de música de concerto da América Latina, o Festival Internacional Sesc de Música chega a sua 12ª edição, reunindo alunos e professores renomados, de diversas regiões do país e do mundo.

Com o objetivo incentivar o desenvolvimento da produção musical, fomentar o intercâmbio e o desfrute de bens culturais, o Festival oferece cursos de instrumentos, canto lírico, choro, prática de música de câmara, prática de orquestra e prática de banda sinfônica para estudantes e profissionais.

O Festival realiza recitais de professores e alunos em diversas apresentações, com uma ampla programação de espetáculos gratuitos, abertos a toda comunidade. O cronograma completo pode ser conferido pelo site.