Uma das formas de arte e entretenimento mais tradicionais de nosso país, a arte circense, traz ao palco, ou melhor, traz ao picadeiro, palhaços, malabaristas, equilibristas, mágicos e toda a trupe que se reúne sobre a lona do circo.
Mesmo em tempos de TV, cinema e internet, a antiga arte circense atrai a atenção de muitos espectadores com uma grande variabilidade de atrações. Reinventando antigas tradições e criando novos números, os picadeiros espalhados pelo mundo provam que a criatividade artística não tem fim.
Mais do que um show de entretenimento, o circo traz a magia e maravilhas do mundo para o picadeiro, pintando-o com cores que são refletidas pelos olhos do público, que volta a ser criança em uma apresentação de cultura e encantos.
A Origem do Circo
As artes circenses vem sendo praticadas a mais de 4 mil anos na China, Grécia, Egito e Índia, no entanto, foi durante o Império Romano que esta expressão cultural começou a se moldar para como a conhecemos hoje. O primeiro grande circo surgiu na Roma Antiga, o Circus Maximus.
Apresentando corridas de carruagens, gladiadores, apresentações com animais ferozes e pessoas com talentos incomuns, este grande circo tinha a capacidade para 150 mil pessoas que iam conferir os espetáculos mirabolantes que eram exibidos, até que um grande incêndio destruiu o Circus Maximus e, sem seu lugar, foi erguido o Coliseu.
Com a queda do Império Romano e a chegada da Idade Média, logo começaram a surgir começaram a surgir apresentações de artistas populares em espaços públicos. Foi apenas na Inglaterra do século XVIII, que os circos ganharam características modernas, com picadeiros apresentando artes circenses semelhantes as que conhecemos hoje.
Uma grande referência para os circos que vieram depois dele foi o Anfiteatro Real das Artes, fundado em 1768 por Philip Astley, apresentando shows com cavalos, malabarismo e palhaçaria, assim como outros shows que atualmente vemos no circo. As apresentações do anfiteatro agradou tanto o público que outros picadeiros passaram a adotar o estilo de espetáculo apresentado, espalhando-se e se moldando para a forma na qual hoje o circo é apresentado.
Dia Nacional do Circo
No dia 27 de março é comemorado o Dia do Circo no Brasil, data escolhida para homenagear a cultura circense em referência à data de nascimento de Abelardo Pinto, mais conhecido como palhaço Piolin.
Nascido no estado de São Paulo em 1897, Abelardo era filho de artistas circenses e desde criança atuava neste meio. Em 1917 iniciou na palhaçaria e se consolidou como um dos maiores palhaços brasileiros. Seu nome artístico, Piolin, é uma palavra usada para definir barbante em espanhol, apelido recebido de colegas de circo devido a suas pernas longas e finas.
Apesar de ser mais conhecido como palhaço, Piolin era também malabarista, contorcionista, mímico e músico no circo. Além de ter tido um reconhecimento internacional, seu trabalho inspirou muitos outros palhaços no Brasil e no mundo.
Malabarismo, acrobacia, magia e palhaçaria!
O circo é um lugar mágico, que nos transporta na beleza dos movimentos dos artistas e na energia que emana. A arte circense é um importante movimento social e cultura, além de ter sido fundamental no processo educativo de muitas gerações, chegando em regiões que outras artes não alcançam, em bairros onde as pessoas têm pouco acesso à cultura.
Este espetáculo trás as mais diversas apresentações que fazem nossos olhos brilharem de maravilhamento, nosso coração bater de emoção e nossos sorrisos se abrirem em gargalhadas. “As pessoas recebem o circo com a alegria que ele merece, percebem a sua chegada na cidade como um momento feliz e que valoriza o estar em coletivo”, comenta a coordenadora de Artes Cênicas e Visuais do Sesc/RS, Jane Schoninger.
Mas essa alegria que o circo leva não é despertada apenas no público, os próprios artistas se emocionam em estar sobre o picadeiro. Thiago Sales, mais conhecido como Palhaço Jerônimo, conta a satisfação de trazer diversão para a plateia: “Me sinto uma pessoa de muita sorte! É muito bonito trabalhar com algo que contribua para levar alegria para as pessoas. Além disso, eu trabalho com algo que amo de verdade e isso é um grande privilégio”.
Thiago tem mais de 20 anos de atuação com as artes circenses, tendo experiência com malabarismo, acrobacias, perna-de-pau e outras artes, mas quanto teve contato com a palhaçaria, encontrou sua paixão. “Assim que tive contato com a linguagem do palhaço, nunca mais parei de pintar o rosto e usar nariz e sapatões. Essa se tornou minha profissão”.
Thiago já se apresentou em outras edições do Sesc Circo e novamente estará no Festival deste ano com sua apresentação Espetáculo Jerônimo Show onde a plateia pode rir e se divertir com a palhaçaria musical do artista.
Sesc Circo
O maior festival circense do Rio Grande do Sul chega a sua 9ª edição, trazendo diversos artistas em apresentações das mais variadas linguagens e estéticas circenses, com espetáculos gratuitos para a comunidade em apresentações em escolas, espaços públicos e na lona principal.
Contando com artistas de vários lugares, de dentro e fora do país, o Festival fomenta o movimento circense. “O circo é uma das linguagens artísticas que o Sesc fomenta e valoriza com muita atenção, entendendo o importante papel social que ele desempenha, instigando o sentido de comunidade e alegria”, diz Jane.
“Atualmente existem muitos festivais circenses pelo Brasil e o Sesc Circo é, sem dúvida, um dos mais importantes e também um dos mais bem estruturados e organizados”, relata Thiago sobre o evento de arte circense.
Após temporadas em Santa Maria e Camaquã, o Sesc Circo chega, pela primeira vez, a Lajeado. Entre os dias 06 e 14 de abril, o município do Vale do Taquari recebera oficinas e apresentações em 8 bairros da cidade, direcionado para a rede pública municipal.