Vai andar de bicicleta? Confere essas dicas!

Andar de bicicleta é uma atividade que traz inúmeros benefícios. Além de aumentar o condicionamento físico, andar de bike amplia a coordenação motora e tonifica diversos músculos do corpo. Também são diversos benefícios para a mente, pois envolve concentração e momentos de lazer. Quando incluímos trajetos na natureza e em locais tranquilos o relaxamento aumenta, gerando a recompensa do bem-estar.

Mas você sabia que existem diversas modalidades de ciclismo? E para quem quer se equipar ou se preparar para começar a andar de bicicleta, tem informações importantes sobre prevenção e cuidados. Por isso, reunimos aqui algumas dicas elaboradas com o professor de educação física do Sesc Rio Grande, Rafael Fernandes.

Quais modalidades de ciclismo existem?

Pode-se escolher diversos ambientes para andar de bicicleta. Para quem quer curtir o ambiente e andar tranquilamente, terrenos retos em sem obstáculos costumam ser os preferidos. Tanto asfalto quanto chão batido ou até mesmo em pistas recebem diversos adeptos.

Mas para quem busca um pouco mais de adrenalina, ou quer se desafiar, surgem modalidades que podem incluir subidas e descidas, obstáculos da natureza ou até mesmo urbanos. Porém é importante salientar que ao falarmos de ciclismo, partimos do princípio da prática de andar de bicicleta. E dentre as diversas formas que temos para andar de bicicleta, existe o esporte que pode variar em diversas modalidades. Por isso, vamos conhecer um pouco sobre as diferenças.

Ciclismo de Estrada

Considerada uma modalidade de alta velocidade, o ciclismo de estrada geralmente exige resistência dos atletas que percorrem longas distâncias. “É um esporte individual, mas que pode ter uma influência do contexto coletivo, visto que existem estratégias de equipe nas provas pra levar um atleta a vitória. Também é caracterizado pelos grandes pelotões de atletas”, explica Rafael.

Para ter um bom desempenho, o equipamento deve acompanhar o estilo de terreno, por isso as bicicletas são dividas em modelos que auxiliam no ganho de velocidade. “As bikes de estrada são conhecidas pelas suas características aerodinâmicas, rodas mais estreitas e aero e pelo peso mais leve (6-8kg), além do sistema de transmissões mais amplo.” completou o professor.

Ciclismo de pista

Derivada da modalidade ciclismo de estrada, o ciclismo de pista é realizado em ambientes cobertos. A pista, chamada de velódromo, é desenvolvida especificamente para a realização do esporte. Em 1896 o esporte foi disputado pela primeira vez em Olimpíadas, geralmente disputado em pistas de madeira.

Mountain Bike

Ambiente íngremes, solos de maior elevação e diversos obstáculos naturais compõe o Mountain Bike. Modalidade que a cada ano tem mais adeptos em busca de adrenalina , “no MTB o terreno na maioria das vezes tem um nível de dificuldade bem alto, com obstáculos e grandes altimetrias. Também é mais comum no MTB a individualidade, pois é mais difícil ter pelotões nas trilhas e passagem de obstáculos (salvo as provas de XCM – MTB maratona). Sendo assim o resultado final muitas vezes é fruto da individualidade”, afirma Rafael.

Os equipamentos do MTB, em geral, necessitam de maior rigidez para manter a segurança. “As bikes de MTB costumam ter uma aparência mais robusta, com suspensão dianteira (as vezes no quadro também), pneus mais largos e cravejados e peso na casa dos 10kg” alinha o professor.

Bicicross ou BMX

Uma variação do Moutain Bike, mas com semelhanças com Motocross, a modalidade inclui a realização de manobras. O esporte exige treino e superação para poder realizar movimentos incríveis em ambientes íngremes e claro, preservando a própria integridade. Por isso, é mais do que necessário ter uma ótima relação com a bike.

Down Hill

Aqui a descida em velocidade é a grande questão. A modalidade Down Hill é realizada em morros e espaços íngrimes para que o atleta associe altas velocidades a testes de reflexo, foco e concentração. O objetivo é chegar no fim do trajeto em menos tempo.

Gravel

Poderíamos chamar de modalidade híbrida entre Mountain Bike e Ciclismo de Estrada. O percurso reúne terrenos variados como trilhas, estradas de cascalhos e vegetação. Porém essa modalidade, como as outras, necessita de uma bicicleta que suporte essa transição de territórios.

Qual ponto de partida para andar de bicicleta?

Não existe idade limite para começar a praticar qualquer tipo de atividade física. Mas é de extrema importância que tenha-se cuidados com atividades de maior dificuldade, e preferencialmente tenha-se um acompanhamento profissional.

Para a primeira infância, existem diversas formas de auxiliar o controle de equilíbrio, como as rodinhas auxiliares. O ideal é que haja estímulo para o controle do corpo e da bicicleta, assim como o tempo e com a confiança necessária, o aprendiz pode retirar o equipamento extra. Mas de maneira geral, alguns elementos podem te ajudar, por isso listamos abaixo:

• Encontre um espaço amplo para praticar;
• Use uma bicicleta confortável (lembre de ajustar, banco e guidão para ficar mais ajustado a seu corpo);
• Treine parado, com a bicicleta encostada ou firmada em suspensão. Assim você pode se acostumar com a pedalada e o ritmo;
• Tenha parceiro(s) de treino. Além de poder ampliar seu conhecimento e experiências, podem surgir diversos momentos de descontração que irá potencializar o seu engajamento.

Como tornar um hábito?

Um momento de lazer pode se tornar rotina, basta se permitir e reservar um tempo para isso. Quem fez esta escolha foi o copeiro da Fecomércio-RS, Renato Veiga que uniu o esporte a um momento de autocuidado e bem-estar.

Alguns fazem academia, mas fazem dois, três dias e depois não vão mais. Eu depois dos 50 anos não quis mais academia, eu tenho a minha bike em que me exercito, para não ficar muito sedentário. ‘Chego em casa e me atiro no sofá?!’ Não! Eu prefiro trocar de roupa, colocar uma bermuda e vou andar de bicicleta. Se eu pudesse, andava de bicicleta até nos intervalos do serviço.

Com dois filhos, Renato fazia passeios em família e sempre demonstrou amor pela pedalada. “Nós tínhamos bicicletas em casa quando eles eram pequenos, e nós andávamos juntos. E minha esposa uma vez falou ‘essa bicicleta aqui no corredor tá atrapalhando’, respondi na hora: ‘se reclamar muito, daqui a pouco coloco em cima da cama. Não mexe com minha bicicleta’. A bicicleta ainda ficava lá no final do corredor” comentou aos risos.

Sempre tive bike na vida. Aprendi a andar quando era criança. Ando mais para divertimento e passeio, pelo menos duas vezes por semana. Todo sábado e também alguns dias que chego mais cedo em casa. Para mim o período ideal para andar de bicicleta é no final da tarde.  Já andei até o serviço em final de semana, num sábado de manhã, para ver como seria o trajeto, no total, fechei 26km de ida e volta.

A rotina de andar de bicicleta começou cedo, e seguiu durante toda vida descobrindo novos lugares. A próxima aventura vai ser participar do Passeio Ciclístico que ocorre no Morro da Borússia em Osório, no dia 25 de novembro, evento que antecede o 4ºMountain Bike Sesc Osório.

Atleta bom é atleta preparado!

Para poder participar da modalidade de passeio que ocorre em ambiente íngreme, como é o caso do Renato, é preciso estar atento a questões de segurança e cuidado. Vamos aos pontos mais importantes destacados pelo Técnico do Esporte e Lazer do Sesc Tramandaí, Gilberto Thumé:

• Use equipamentos de segurança como capacete e luvas, que são imprescindíveis;
• Tenha uma bicicleta apropriada para seu tamanho e para o terreno que pretende percorrer;
• Leve squeeze, caramanhola ou mochila de água para percursos longos;
• Use tênis adequado para andar de bicicleta;
• Ao andar de bicicleta no sol, use protetor solar;
• Leve uma câmara reserva da bike;
• Tenha uma alimentação leve e saudável antecedendo a prática;

Lembrando que para passeios, o desempenho em relação a velocidade não é exigido. Mas o cuidado é apenas para não ir com um bike que seja mais sensível a terrenos acidentados. Então ficam as opções de bicicletas para Mountain Bike ou até mesmo as híbridas. “As híbridas são boas alternativas para quem quer poder desfrutar de ambos os terrenos” explica o professor Fernandes, “porém não terão o mesmo desempenho de uma Road no asfalto de nem de uma MTB quando for algo muito específico”, conclui.