Nutricionista dá dicas de como usar a proteína vegetal e ter uma alimentação saudável para marcar o Dia Mundial Sem Carne
Respeito aos direitos dos animais, preocupação com os impactos do consumo de carne no organismo e os efeitos da pecuária para o meio ambiente: esses são alguns dos motivos que levam as pessoas a retirarem a carne da dieta.
Segundo dados de uma pesquisa feita pelo Ibope em abril de 2018, 14% da população brasileira se declara vegetariana – número que era 75% maior em relação a 2012, quando foi feito o mesmo levantamento.
Ou seja, 14% dos brasileiros não consome carnes, seja de gado, frango, peixes ou frutos do mar. Ainda assim, estes podem consumir outros alimentos derivados de leite e ovo.
Diferente do consumo vegano, que neste caso não consome qualquer tipo de alimento que seja derivado de outro animal.
Aqui vamos das algumas dicas de alimentos de origem vegetal, que é incluso em ambos modelos de alimentação.
É importante salientar que a reeducação alimentar necessita de um olhar cuidadoso para que você preserve sua saúde.
Assim você vai poder realmente aproveitar as delícias que a alimentação sem carne pode te trazer.
Uma das datas que estimula esse sistema alimentar é o Dia Mundial Sem Carne, celebrado em 20 de março no mundo inteiro.
Para difundir esta ideia, muitas ONGs fazem desafios e até restaurantes oferecem descontos em pratos sem carne.
Decisão consciente
Além da reflexão sobre os benefícios de uma alimentação saudável baseada em frutas, verduras, legumes e grãos, a data serve também para as pessoas terem exemplos de como seria uma dieta sem carne.
Porém, a escolha de aderir ao vegetarianismo deve levar em consideração mais fatores, principalmente os que dizem respeito a um possível déficit de calorias, proteínas, vitaminas e aminoácidos, o que pode levar a problemas de saúde.
“Para se manter, o corpo precisa de uma boa fonte de proteína, que está disponível na carne e em alguns alimentos vegetais. Sem a carne, é preciso montar uma dieta que garanta um bom aporte proteico e contenha todos os aminoácidos essenciais, não é simplesmente ‘não vou comer mais carne’. Tem que ser uma decisão consciente.Buscar um nutricionista e um endocrinologista é bem importante nesse momento”, explica Ana Paula Fischer Garcia, nutricionista do Mesa Brasil Sesc em Ijuí.
O consumo de carne proporciona todos os aminoácidos essenciais, que são responsáveis pela formação das proteínas e não são produzidos pelo próprio organismo.
Já os alimentos de origem vegetal, embora possam ter boas concentrações, não possuem todos elementos que são necessários para a construção de tecidos.
Por isso, o principal desafio dos vegetarianos é montar um cardápio diário com associações de alimentos que, juntos, forneçam todos os aminoácidos essenciais.
E o melhor exemplo dessa união é um prato bem brasileiro: “O arroz contém alguns aminoácidos essenciais e o feijão tem outros. Por isso, eles se completam e são considerados a combinação perfeita”, explica Ana Paula.
Alimentação saudável: opções ricas em proteínas
Entre as opções de alimentos que são ricos em proteínas, estão as leguminosas (como feijão, lentilha, grão de bico e ervilha), as oleaginosas (como amendoim, nozes, avelã, amêndoa e castanha-do-pará) e sementes (quinoa, linhaça, gergelim).
O segredo é ter uma alimentação bem variada e aumentar a frequência de consumo. “A absorção do nosso corpo não se dá igual com alimentos de origem vegetal e origem animal. As nossas células conseguem absorver mais o que é semelhante, que é o alimento de origem animal. Então, para fazer essa substituição de uma forma eficiente, e manter uma alimentação saudável, o consumo deve ser bem maior e mais variado”, alerta a nutricionista.
Por isso, é importante fazer exames seis meses depois do início da dieta vegetariana e periodicamente a cada semestre. “A troca de alimentação começa a ter efeito depois de 5 ou 6 meses, então os exames devem ser feitos depois desse tempo. Em relação à vitamina B12, algumas pessoas precisam fazer suplementação e outras não, por isso é importante o acompanhamento médico”, completa Ana Paula.
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Tire suas dúvidas:
O que são os aminoácidos essenciais?
– Aminoácidos são as unidades que compõem as proteínas.
– As proteínas são formadas por 20 aminoácidos, 8 deles são essenciais e 12 não essenciais.
– Na alimentação você deve adquirir estes aminoácidos essenciais que não não produzidos pelo organismo. O organismo produz naturalmente aminoácidos não essenciais.
– Os aminoácidos essenciais são triptofano, valina, fenilalanina, treonina, lisina, isoleucina, leucina e metionina.
Por que é importante consumir proteína para uma alimentação saudável?
A proteína é o principal componente do corpo humano depois da água. Elas estão presentes em todas as células e são responsáveis pela construção e manutenção de órgãos e tecidos, além da formação de anticorpos e hormônios.
Que problemas a falta de proteína pode trazer ao organismo?
Queda de cabelo, enfraquecimento das unhas, perda de massa muscular, déficit de hormônios, fadiga e imunidade baixa estão entre os sinais de alerta da falta de proteínas no corpo.
Quais os benefícios de tirar a carne da alimentação?
O principal é a ingestão menor de colesterol e gorduras que não são tão benéficas ao organismo.
Qual é a ingestão diária recomendada de proteína?
Depende do seu peso. O ideal é 0,75 gramas por kg de peso corporal.
Quanto de proteína a carne oferece para o organismo?
Alguns tipos de carne contém um maior aporte proteico, mas em média 100 gramas de carne contém 35 gramas de proteína. Outros elementos de origem animal, como leite e ovos, contém quantidades menores.
Quanto de proteína os alimentos de origem vegetal podem oferecer para o organismo a cada 100g?
Leguminosas
- Soja: 36,3g
- Lentilha 6,3g: (cozida)
- Ervilha em vagem: 7,5g
- Ervilha enlatada: 4,6
- Feijão preto: 4,5g (cozido)
- Feijão carioca: 4,8g (cozido)
- Grão de Bico: 21g
- Amendoim cru 27,2g: (torrado 22,5)
- Proteína de soja texturizada: (derivado de soja) 58g
Cereais
- Quinoa, Amaranto: 14g
- Aveia: 13,9
- Arroz Integral: 7g
- Semente de linhaça: 14g
Verduras
- Cogumelo: 13g* (*valor médio)
- Brócolis: 12g
- Couve: 9,6g
Castanhas e sementes
- Semente de abóbora: 29,6g
- Semente de gergelim: 21,2g
- Amendoas, castanha de caju: 18,6g
- Chia: 15,3g
- Linhaça, nozes: 14g
- Pinhão: 3g
- Côco: 3,7g
- Nozes: 16,7g em 100g
- Avelã – 14g em 100g
Como inserir essas proteínas na alimentação?
– Colocar sementes de linhaça e gergelim na salada.
– Fazer pastinhas para passar no pão e torradas. Entre os exemplos, estão o tahine (pasta de semente de gergelim), homus (pasta de grão de bico), pasta de amendoim.
– Usar leguminosas (feijão, grão-de-bico, lentilha) em saladas e em sopas.
– Pães feitos com farinhas alternativas, como farinha de coco, aveia, amendoim e amêndoas.
– Em algumas refeições, substituir o arroz pelo arroz integral, ou pela quinoa.
– Usar o tofu, que é uma espécie de “queijo vegetal”, feito com soja.
– Colocar sementes de linhaça e gergelim em sucos e batidas com frutas. Triture as sementes no liquidificador, o que até ajuda na digestão.
Bom dia. Estou precisando de ajuda para cuidar do meu marido com creatina alterada, estou totalmente desorientada. Me ajude por gentileza. Grata Célia
Oi Célia,
Você pode buscar auxílio com as equipes de Nutrição do Sesc. Deixo aqui o link com endereços para buscar o Sesc mais próximo.
https://www.sesc-rs.com.br/saude/sescmaissaude/
Abraços!
Boa noite estou precisando de ajuda com minha mãe que está com os rins super carregado de proteína, ela é magrinha está ficando fraca sem pode comer quase nada não sei o que fazer.
Oi Marly,
Nossa que situação! 🙁
O ideal é consultar com profissionais da área da nutrição ou ir ao médico para entender mais sobre o caso.
Abraços e melhoras pra sua mãezinha.